Até agora, o que vos foi possível observar?
A ideia de resolver o problema da dívida através da austeridade falhou completamente. A dívida é agora ainda mais insustentável do que era, há três anos. Os programas são, também, extremamente enviezados. Todo o fardo é assumido pelos trabalhadores e pelos contribuintes normais, enquanto as elites privilegiadas, que conseguem evadir a sua riqueza através dos offshores, e que são as maiores responsáveis pela crise, até conseguem lucrar com os programas de ajustamento. Por exemplo, quando conseguem comprar activos valiosos ao Estado a preços de saldo.
Essa é, até agora, a vossa principal conclusão?
O “resgate” errado, que apenas salvou os investidores estrangeiros, principalmente alemães, de perderem nos maus investimentos que fizeram, mina a confiança nas instituições democráticas dos países afectados. Os Governos e os Parlamentos desses países parecem ser apenas marionetas nas mãos de desconhecidos, e não eleitos, burocratas estrangeiros. E, ou, de investidores.
Harald Schumann, editor do diário berlinense Tagesspiegel e autor do livro "A Armadilha da Globalização".
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