terça-feira, 24 de março de 2015

até sempre

Morreu o Herberto. E com ele morremos todos nós um bocadinho.

Sobre o Poema

Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
— a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

— Embaixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.

— E o poema faz-se contra o tempo e a carne.



Foto: Público.

segunda-feira, 9 de março de 2015

pertinências

A wrong turn lead me to a field of flowers and suddenly I’m second guessing every wrong turn in my life.
Every wrong turn has lead me to where I am currently, and I am happy as hell, so were they really wrong turns?


Desconhecido (mas esperto).

segunda-feira, 2 de março de 2015