Outro dia estava a questionar se estaria arrependido de tudo. A resposta imediata foi "mas como é que é possível sequer questionares?!".
Ainda assim deixei-me ir.
Estou triste. Coração destroçado. Eu acreditei, sabes? Com todas as minhas forças acreditei. E sonhei. Agora custa, é verdade. Caramba, se custa! It hurts like a son of a bitch!
Mas depois recordo o que me deste. Aquilo que demos um ao outro. Tudo o que partilhamos e vivemos. A rua Bernardo de Passos, os fins de tarde, os inícios de noite. Os teus olhos. O pôr do sol no Guincho, a noite na Arrábida, os fins-de-semana, as gargalhadas, a Calçada do Duque, o japonês e as idas ao estádio. O teu abraço apertado. Os festivais e os concertos. A sangria do Carmo e a praia do Tamariz. Os "salada? salado no!" e os "brothers?! yeah, brothers!". O teu cheiro. Uma caminhada da Brasileira a São Pedro da Alcântara e o abraço mais demorado e genuíno da história de Lisboa. O teu toque.
Encorajaste-me a viver intensamente e sem receios. Nunca te poderei retribuir devidamente.
Resta-me estar cá, todos os dias, até que a morte nos separe, para te fazer sorrir e amparar-te quando precisares.
Se me arrependo? Impossível! Como poderia arrepender-me de uma das melhores coisas que a vida alguma vez me deu.
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