terça-feira, 16 de março de 2010

Poesia 1


"Se eu pudesse dizer-te:
- Senta aqui nos meus joelhos, deixa-me alisar-te,
ó amável bichinho, o pêlo fino;
depois, a contra-pêlo, provocar-te!

Se eu pudesse juntar no mesmo fio
(infinito colar!) cada arrepio
que aos viageiros comprazidos dedos
fizesse descobrir novos enredos!

Se eu pudesse fechar-te nesta mão,
tecedeira fiel de tantas linhas,
de tanto enredo imaginário, vão,
e incitar alguém:
- Vê se adivinhas...

Então um fértil jogo de amor seria.
Não este descerrar a mão vazia!"


Alexandre O’Neill

Sem comentários:

Enviar um comentário