terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cancelamento do Jornal de Sexta da TVI


Deixei passar algum tempo até abordar o assunto. Foi propositado. Assim não entro nas euforias típicas de "reacção quente" a uma notícia que podia ser assustadora.

A ingerência do poder político nos meios de comunicação social é muito perigosa. É perigosa porque só as possibilidades que se suscitam (controlo, propaganda, desvirtuar da realidade, entre muitos outros) assustam de sobremaneira. Não quero com isto alarmar ou entrar na teoria da conspiração da "asfixia democrática". Basta pensar que uma notícia de pressões políticas sobre um órgão de comunicação social vende (e muito como se viu neste caso!) e como tal é impossível contê-la. Sejamos honestos: se existem por aí centenas de jornalistas a investigar o que quer que seja (das coisas mais fúteis às mais interessantes), existem proprietários que dão tudo por uma "bomba" noticiosa e pagam o que for preciso, quem é que acredita que se pode condicionar o que quer que seja? É, no mínimo, muito complicado.

Acresce que me faz um pouco de confusão ver certas pessoas insurgirem-se contra o cancelamento do Jornal. Muitas das que se opuseram de forma veemente, se não fosse em tempo de eleições, nem comentariam o sucedido ou até agradeceriam. Aquele jornal era sensacionalista, alarmante, trágico, enfim, tudo o que vende no nosso país. Já sei que não há melhor notícia do que uma má notícia, mas aquilo era o extremo. E não deixa de ser caricato que o seu público alvo era exactamente o oposto daqueles que se insurgiram contra o seu cancelamento o que não deixa de me suscitar intriga sobre os propósitos destas mesmas pessoas (ainda para mais nesta altura).

Também é óbvio e resulta evidente que o Primeiro-Ministro, por muito que tivesse razão, se pôs a jeito. Mas isso é com ele e com as pessoas que o acompanham. Ou acham que ele não terá pensado nisso? Claro que pensou!

Nada melhor do que o "político coitadinho" para vencer umas eleições. E ou muito me engano ou vai resultar na perfeição.

1 comentário:

  1. 1- Todos os partidos que estão no poder tentaram/conseguiram condicionar a comunicação social. Os tentáculos do poder simplesmente não resistem..

    2- Todo o indivíduo que exerce determinada forma de poder (p.ex., os "patrões) não gosta de ser criticado. Por isso existem leis e a tutela constitucional desse direito fundamental à liberdade de expressão faz sentido, sobretudo, quando é exercido de uma forma que desagrada, em termos que desgostam ao seu destinatário (p.ex., no "combate" político).

    Estes virgens do PSD ou CDS - autênticos paladinos das liberdades como Aguiar Branco e Paulo Portas - são nada mais do que patéticos.

    3- O Telejornal da TVI era puro lixo. Que o Sócrates, entendendo que estava em causa o seu bom nome e reputação, tenha processado jornalistas.. qual é o mal? Não se costuma dizer que nestes casos a reacção adequada é o recurso aos meios judiciais? Pensava que vivíamos numa democracia.. Desde quando o PM tem "capitis diminutio" nestes casos? Era o que mais faltava.

    4- É evidente que o Sócrates convive mal com as liberdades. Sendo simpatizante do PS, isso desagrada-me. OS episódios com os sindicatos, as manifestações, e outros, são bem reveladores. Revelam, no fundo, aquilo que todos já sabemos: que Sócrates é um político mediano, que não tem a "estatura" de alguns grandes líderes mundiais (p. ex., B. Obama). Apesar de tudo, é melhor do que qualquer um dos outros líderes partidários... (tirando, pois claro, a senhora da política de verdade que diz que a Madeira é um modelo de democracia)

    5- Daí até dizer que houve interferência governamental no cancelamento do Telejornal da TVI vai uma longa distância. Que eu saiba não há nenhuma presunção de culpabilidade e, até agora, não vi provas nenhumas. Pelo contrário, lançam boatos e depois cai tudo no esquecimento. Típico..

    6- Não posso deixar de manifestar aqui o meu contentamento com o enorme "tiro no pé" dado pelo INSIGNE e VERTICAL Prof. Dr. Cavaco Silva. Muito bem, pode ser que me veja livre dele mais cedo do que previsto. O culto que este homenzinho medíocre (sim, direito à liberdade de expressão, meus caros) tem merecido em Portugal, constitui um dos maiores enigmas das últimas décadas. Por isso, apenas posso concluir da seguinte forma: LIMA é FIXE, Lima é FIXE!!!



    3-

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