segunda-feira, 3 de agosto de 2009
A Propósito de Uma (Suposta) Crise
Os últimos tempos foram de grande rebuliço. Crise, crise e mais crise. Pessoas a sofrer, sem emprego, grandes dificuldades, Estados à beira do colpaso financeiro, enfim, o inferno segundo Adam Smith.
Mas eis que uns meses passaram e começa-se a ouvir que as coisas estão a melhorar, a economia a florescer, a recuperar, blá, blá, blá.
Pois a mim não me parece nada disso. A mim parece-me que as coisas estão a voltar exactamente ao que eram. Quem tem muito poder continua a mantê-lo; quem não tem que não sonhe porque não vai a lado nenhum. E o mais incrível é que se falaram de brutais mudanças, de uma nova realidade, enfim, de um alterar o estado de coisas e no fim de contas nada!
Portanto tenho a dizer que fomos todos alvos de um grande embuste. Alguém ficou sem muito dinheiro e disse "isto não pode ser". Então inventa-se uma crise e "ou todos pagam o meu prejuízo ou, como tenho poder e influência, está tudo lixado"! E a malta que manda deve ter achado que a coisa era mesmo séria e correu a ajudar. E ajudou. Ajudou a que tudo continuasse na mesma, ou seja, uma grande confusão, que ninguém percebe.
Como é fácil de perceber e como em tudo na vida quanto menos a generalidade dos comuns mortais perceber de uma determinada matéria, maior é a possibilidade de uns poucos, muito poucos, rentabilizarem o estado de ignorância geral e tirarem daí partido (leia-se, poder e dinheiro, muito dinheiro).
No fundo o que quero dizer é que se perdeu uma grande oportunidade de mudar algo. De mudar algumas realidades que nos vendem como inevitáveis e imutáveis. De mudar a lógica instituída do jogo de casino, do salve-se quem puder e do "não preciso de ninguém quando tenho a mesa farta e a casa cheia do bom e do melhor" mas "ai ai ai venham ajudar-me que agora já estou na m#$%&". Agora que a mesa começa e ficar novamente recheada e a casa composta já não há problema e é cada um por si novamente.
Temos de sofrer...
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