domingo, 30 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
coisas simples
Wendell: That's very linear Sheriff.
Ed Tom Bell: Well, age will flatten a man.
No Country for Old Men
Ed Tom Bell: Well, age will flatten a man.
No Country for Old Men
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
coisas simples
Llewelyn Moss: If I don't come back, tell mother I love her.
Carla Jean Moss: Your mother's dead, Llewelyn.
Llewelyn Moss: Well then I'll tell her myself.
No Country for Old Men
Carla Jean Moss: Your mother's dead, Llewelyn.
Llewelyn Moss: Well then I'll tell her myself.
No Country for Old Men
doping
«a dangerous woman up to a point once said
"people come and people go
and people lie nameless in the snow"»
Destroyer - A Dangerous Woman Up To A Point
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
outono
Modest Mouse - The World at Large
outro dia, em conversa, discutia qual a estação preferida do ano. decidi-me pelo outono. se não fosse pelas golas subidas dos casacos, pela chuva na janela, pela manta nas pernas, pelo café mais quente, pelos cachecóis e echarpes, as folhas na rua, ou o castanho, seria pela legitimação da música deprimente que não me apetece ouvir quando está calor ou sol lá fora.
coisas simples
'Gosto da sobriedade com que os jornais ingleses anunciam que determinado colunista não escreve nessa semana: fulano de tal «is away». Não importa onde, porquê, até quando, «is away» basta. Gente decente não pergunta mais nada.'
mestre
mestre
terça-feira, 25 de setembro de 2012
coisas (que deviam ser) simples
Patrick Bateman: I'm on a diet.
Jean: What, you're kidding, right? You look great... so fit... and thin.
Patrick Bateman: Well, you can always be thinner... look better.
American Psycho
Jean: What, you're kidding, right? You look great... so fit... and thin.
Patrick Bateman: Well, you can always be thinner... look better.
American Psycho
músicas para ficar a vê-la dormir
El Perro Del Mar - Let Me In
especial agradecimento aos 'senhores' das 'más companhias', pelos excelentes momentos musicais dos últimos tempos, alguns dos quais já devidamente furtados para este espaço.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
coisas simples
Libelo
'De que mais precisa um homem senão de um pedaço de mar – e um barco com nome da amiga, e uma linha e um anzol pra pescar?
E enquanto pescando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos, uma pró caniço, outra pró queixo, que é pra ele poder se perder no infinito, e uma garrafa de cachaça pra pruxar tristeza, e um pouco de pensamento pra pensar até se perder no infinito…
- Mas o mar está preso em correntes, e é preciso por ele lutar!
De que mais precisa um homem senão de um pedaço de terra – um pedaço bem verde terra – e uma casa, não grande, branquinha, com uma horta e um modesto pomar; e um jardim – que um jardim é importante – carregado de flor de cheirar?
E enquanto morando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos pra mexer na terra e arranhar uns acordes no violão quando a noite se faz luar, e uma garrafa de uísque pra puxar mistério, que casa sem mistério não vale morar…
- Mas a terra foi escravizada, e é preciso por ela lutar!
De que mais precisa um homem senão de um amigo pra ele gostar, um amigo bem seco, bem simples, desses que nem precisa falar – basta olhar – um desses que desmereça um pouco da amizade, de um amigo pra paz e pra briga, um amigo de casa e de bar?
E enquanto passando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos para apertar as mãos do amigo depois das ausências, e pra bater nas costas do amigo, e pra discutir com o amigo e pra servir bebida à vontade ao amigo?
- Mas o amigo foi ludibriado, e é preciso por ele lutar!
De que mais precisa um homem senão de uma mulher pra ele amar, uma mulhar com dois seios e um ventre, e uma certa expressão singular? E enquanto passando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão do carinho de mulher quando a tristeza o derruba, ou o desatino o carrega em sua onda sem rumo?
Sim, de que mais precisa um homem senão de suas mãos e da mulher – as únicas coisas livres que lhe restam para lutar pelo mar, pela terra, pelo amigo…'
Vinicius de Moraes, Abril de 1950.
furto. simples. aqui.
'De que mais precisa um homem senão de um pedaço de mar – e um barco com nome da amiga, e uma linha e um anzol pra pescar?
E enquanto pescando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos, uma pró caniço, outra pró queixo, que é pra ele poder se perder no infinito, e uma garrafa de cachaça pra pruxar tristeza, e um pouco de pensamento pra pensar até se perder no infinito…
- Mas o mar está preso em correntes, e é preciso por ele lutar!
De que mais precisa um homem senão de um pedaço de terra – um pedaço bem verde terra – e uma casa, não grande, branquinha, com uma horta e um modesto pomar; e um jardim – que um jardim é importante – carregado de flor de cheirar?
E enquanto morando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos pra mexer na terra e arranhar uns acordes no violão quando a noite se faz luar, e uma garrafa de uísque pra puxar mistério, que casa sem mistério não vale morar…
- Mas a terra foi escravizada, e é preciso por ela lutar!
De que mais precisa um homem senão de um amigo pra ele gostar, um amigo bem seco, bem simples, desses que nem precisa falar – basta olhar – um desses que desmereça um pouco da amizade, de um amigo pra paz e pra briga, um amigo de casa e de bar?
E enquanto passando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos para apertar as mãos do amigo depois das ausências, e pra bater nas costas do amigo, e pra discutir com o amigo e pra servir bebida à vontade ao amigo?
- Mas o amigo foi ludibriado, e é preciso por ele lutar!
De que mais precisa um homem senão de uma mulher pra ele amar, uma mulhar com dois seios e um ventre, e uma certa expressão singular? E enquanto passando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão do carinho de mulher quando a tristeza o derruba, ou o desatino o carrega em sua onda sem rumo?
Sim, de que mais precisa um homem senão de suas mãos e da mulher – as únicas coisas livres que lhe restam para lutar pelo mar, pela terra, pelo amigo…'
Vinicius de Moraes, Abril de 1950.
furto. simples. aqui.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
coisas simples
'aprendi a não tentar convencer ninguém. o trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro.'
josé saramago
josé saramago
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
(outra) homenagem *
'Virar a cabeça
não é resguardar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
Sedenta é aquela
que olha uma montra
no fundo dos olhos
reparem
está morta
os outros passeiam
com ar de enganados
verdade há naquele
com a fome
no fato
Virar a cabeça
não é reparar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
O Chão tem os
anos
e a área dos meses
e a morte é um
fruto com raiva nos dentes
Reparem
no choro que nos deram
no berço
verdade é a História
com arado
e semente
Virar a cabeça
não é confrontar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
Tem o povo as mãos
pregadas na terra
Se um dia as recolhe
são armas de guerra
que o pão é
feitio que o corpo
aí toma
a verdade é no peito
uma bala sem lógica
Virar a cabeça
não é perguntar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
Dobrada lava a mulher
o chão
de toda uma casa
que os braços
não lavram milho
quando as espigas estão quebradas
questão de vício
ou vencer
questão de força
Reparem
há um clima
de raiva
com armas que não disparam
Virar a cabeça
não é transformar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar'
Maria Teresa Horta
* por isto e muito mais.
não é resguardar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
Sedenta é aquela
que olha uma montra
no fundo dos olhos
reparem
está morta
os outros passeiam
com ar de enganados
verdade há naquele
com a fome
no fato
Virar a cabeça
não é reparar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
O Chão tem os
anos
e a área dos meses
e a morte é um
fruto com raiva nos dentes
Reparem
no choro que nos deram
no berço
verdade é a História
com arado
e semente
Virar a cabeça
não é confrontar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
Tem o povo as mãos
pregadas na terra
Se um dia as recolhe
são armas de guerra
que o pão é
feitio que o corpo
aí toma
a verdade é no peito
uma bala sem lógica
Virar a cabeça
não é perguntar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar
Dobrada lava a mulher
o chão
de toda uma casa
que os braços
não lavram milho
quando as espigas estão quebradas
questão de vício
ou vencer
questão de força
Reparem
há um clima
de raiva
com armas que não disparam
Virar a cabeça
não é transformar
(amigos)
nem ver as pessoas
é vistoriar'
Maria Teresa Horta
* por isto e muito mais.
amor & coisas simples
«C'est le temps de l'amour,
Le temps des copains et de l'aventure.
Quand le temps va et vient,
On ne pense a rien malgre ses blessures.
Car le temps de l'amour
Ca vous met au coeur
Beaucoup de chaleur et de bonheur.»
Françoise Hardy - Le Temps de l'Amour
homenagem
Poema sobre a recusa
'Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.'
Maria Teresa Horta
'Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.'
Maria Teresa Horta
momento 'tácátá'
- a dra. está cá?
- 'tá cá 'tá!
Tacabro - Tacata
n.b. - queria pedir desculpa ao simão e ao garfunkel pelo facto de estes senhores os seguirem em termos de 'posts'.
- 'tá cá 'tá!
Tacabro - Tacata
n.b. - queria pedir desculpa ao simão e ao garfunkel pelo facto de estes senhores os seguirem em termos de 'posts'.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
músicas para fazer o truca-truca
'Hold me in your arms,
Love me like your best friends did,
Promise I won’t hurt you kid,
Hold me really tight until the stars look big,
Never let me go.
All the world is ours,
Like they say in Scarface kid,
You can push your drugs and I can make it big,
Singing CB Jeebies have a real good gig,
Hey you never know.
Cause baby we were born to live fast and die young,
Born to be bad, have fun,
Honey, you and me can be one,
Just believe, come on.
If you love me hardcore, then don’t walk away,
It’s a game boy,
I don’t wanna play,
I just wanna be your’s,
Like I always say,
Never let me go.
Boy, we’re in a world war,
Let’s go all the way,
Put your foot to the floor,
Really walk away,
Tell me that you need me more and more everyday,
Never let me go, just stay.
We gonna go far,
I can already taste it kid,
LA”s gonna look real good,
Drive me in your car until the sky gets big,
Never let me go.
Send me to the stars,
Tell me when I get there kid,
I can be your Nancy,
You can be my Sid,
Get into some trouble like our parents did,
Hey, they’ll never know,
Cause baby we were born to be bad,
Move on,
Built to go fast,
Stay strong,
Honey, you and me and no one,
Just believe,
Come on.
If you love me hardcore, then don’t walk away,
It’s a game boy,
I don’t wanna play,
I just wanna be your’s,
Like I always say,
Never let me go.
Boy, we’re in a world war,
Let’s go all the way,
Put your foot to the floor,
Really walk away,
Tell me that you need me more and more everyday,
Never let me go, just stay.
I remember when I saw you for the first time,
You were laughing,
Sparking like a new dime,
I came over,
“Hello, can you be mine?”
Can you be mine,
Can you be mine?
If you love me hardcore, then don’t walk away,
It’s a game boy,
I don’t wanna play,
I just wanna be your’s,
Like I always say,
Never let me go.
Baby it’s a sweet life,
Sing it like song,
It’s a short trip,
Only getting one who can count on my love more than anyone,
Never let me go.
If you love me hardcore, then don’t walk away,
It’s a game boy,
I don’t wanna play,
I just wanna be your’s,
Like I always say,
Never let me go.
Boy, we’re in a world war,
Let’s go all the way,
Put your foot to the floor,
Really walk away,
Tell me that you need me more and more everyday,
Never let me go, just stay.'
Lana Del Rey - Never Let Me Go
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
amor & gargalhadas simples
é importante ser delicado.
é importante dar-lhe atenção.
é importante diz-lhe que está bonita (principalmente quando não está).
é importante ser carinhoso.
é importante dar-lhe flores.
é importante ter bom gosto.
é importante ouvi-la.
é importante ser interessante.
é importante passear com ela.
tudo isso (e tanto mais) é importante.
mas não há nada mais importante do que a fazer rir às gargalhadas.
é importante dar-lhe atenção.
é importante diz-lhe que está bonita (principalmente quando não está).
é importante ser carinhoso.
é importante dar-lhe flores.
é importante ter bom gosto.
é importante ouvi-la.
é importante ser interessante.
é importante passear com ela.
tudo isso (e tanto mais) é importante.
mas não há nada mais importante do que a fazer rir às gargalhadas.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
amor & coisas que não são assim tão simples
You go your way and I'll go my way
No words can save us, this lifestyle made us
Run along like I'm supposed to, be the man I ought to
Rock and Roll, sent us insane, I hope someday that we will meet again
Kasabian - Goodbye Kiss
amor & coisas simples
across the gateway of my heart
«Across the gateway of my heart
I wrote "No thoroughfare"
But love came passing by
And cried "I enter everywhere"»
Herbert Shipman
«Across the gateway of my heart
I wrote "No thoroughfare"
But love came passing by
And cried "I enter everywhere"»
Herbert Shipman
it's all so quiet
quiet as death
'twice in one week
i have been referred to
as emotionally cold
twice this month
i've been referred to
as manipulative
once someone told me
they were tired of
managing me and my
emotions
one man said that
i humiliate myself publicly
and need self respect
another man said i was
morbid
because of my taste in movies
one man tells me he loves me
and another says he
did love me and
always will but
not as much as her
all i can think of
is that i want you all
to be quiet
very quiet
quiet as death
so i can think about
myself
without your cries
and wails and fits
of interpretation
the most comforting thing
anyone has ever said
in regard to me
was that i
am just a person
living my life
but he was
a bastard'
Kendra Grant Malone
'twice in one week
i have been referred to
as emotionally cold
twice this month
i've been referred to
as manipulative
once someone told me
they were tired of
managing me and my
emotions
one man said that
i humiliate myself publicly
and need self respect
another man said i was
morbid
because of my taste in movies
one man tells me he loves me
and another says he
did love me and
always will but
not as much as her
all i can think of
is that i want you all
to be quiet
very quiet
quiet as death
so i can think about
myself
without your cries
and wails and fits
of interpretation
the most comforting thing
anyone has ever said
in regard to me
was that i
am just a person
living my life
but he was
a bastard'
Kendra Grant Malone
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
lambarices
'Um casal, pais de gémeos de 14 semanas, decidiram presentear os passageiros do mesmo voo com doces e tampões para se desculparem do incómodo que os filhos pudessem causar.
«Olá! Nós somos dois irmãos gémeos que estamos a fazer o nosso primeiro voo, e temos apenas 14 semanas! Nós vamos tentar comportarmo-nos o melhor possível, mas gostaríamos de pedir desculpas antecipadas se por acaso nós perdermos o controlo, ficarmos assustados ou com dores nos ouvidos. Os nossos pais (são aqueles que transportam a máquina de leite portátil e porta-fraldas) têm tampões para os ouvidos se precisarem. Nós estamos todos no lugar 20E e 20F se quiser vir ter connosco e apanhar um par. Esperamos que tenha um óptimo voo!», podia ler-se no bilhete que acompanhava o saquinho de plástico.
O gesto dos pais provocou admiração entre os passageiros e um dos viajantes partilhou uma fotografia do miminho no site «Reddit».
«Uns pais muito atenciosos entregaram um destes a toda a gente no meu voo», escreveu o passageiro, que afirmou ao Daily Mail que o voo correu bem, apesar dos receios do casal.'
aqui
«Olá! Nós somos dois irmãos gémeos que estamos a fazer o nosso primeiro voo, e temos apenas 14 semanas! Nós vamos tentar comportarmo-nos o melhor possível, mas gostaríamos de pedir desculpas antecipadas se por acaso nós perdermos o controlo, ficarmos assustados ou com dores nos ouvidos. Os nossos pais (são aqueles que transportam a máquina de leite portátil e porta-fraldas) têm tampões para os ouvidos se precisarem. Nós estamos todos no lugar 20E e 20F se quiser vir ter connosco e apanhar um par. Esperamos que tenha um óptimo voo!», podia ler-se no bilhete que acompanhava o saquinho de plástico.
O gesto dos pais provocou admiração entre os passageiros e um dos viajantes partilhou uma fotografia do miminho no site «Reddit».
«Uns pais muito atenciosos entregaram um destes a toda a gente no meu voo», escreveu o passageiro, que afirmou ao Daily Mail que o voo correu bem, apesar dos receios do casal.'
aqui
projectos
cheguei-me a ti disse baixinho "olá",
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste"
Sérgio Godinho - A Noite Passada
coisas simples
Jesse: Life's hard. It's supposed to be. If we didn't suffer, we'd never learn anything.
in Before Sunset
terça-feira, 4 de setembro de 2012
é a cultura, estúpido!
'Vivemos um tempo de risonha hipocrisia artística. Veja-se o paternalismo da campanha de Morangos com Açúcar: depois da série, o filme seria uma maneira de promover os jovens actores... Espantoso, de facto! Num país com tantas carências na educação para as artes, encena-se (?) um grupo de jovens (por certo, com talento, não é isso que está em causa) a imitar a retórica dos adultos nas telenovelas e promove-se tudo, em tom muito sério, como uma espécie de redenção artística.
A conjuntura apela ao desespero da caricatura. Assim, depois de pelo menos duas décadas de metódica degradação populista do espaço televisivo, nasceu das pedras da calçada uma avalancha de gente preocupada com os destinos da RTP, incluindo alguns políticos que nunca ligaram ao assunto. António Borges foi o santo milagreiro: com meia dúzia de palavras displicentes, conseguiu consagrar o reconhecimento de uma verdade rudimentar, regularmente enunciada por alguns críticos de televisão nos desertos do nosso pensamento democrático. A saber: que a televisão (e, em particular, a RTP) é uma questão absolutamente prioritária na conjuntura político-cultural portuguesa.
Há em tudo isto uma drástica dimensão educacional. Veja-se como a mesma promoção de Morangos com Açúcar celebra o respectivo número de espectadores. Valor incontornável, sem dúvida. Mas neste caso utilizado de forma profundamente demagógica, como se fosse uma “prova real”... não se sabe bem de quê. Importa repetir pela milionésima vez que uma coisa é defender políticas de promoção de todo (repito: todo) o cinema português; outra, bem diferente, é sugerir que algo adquire dignidade artística apenas porque, qual amontoado de cadáveres em acidente na auto-estrada, fica muita gente parada a olhar... O facto cirúrgico é este: não se pode esperar que um público educado por Morangos com Açúcar mostre o mínimo interesse em ver, por exemplo, Oslo, 31 de Agosto.
Que é Oslo, 31 de Agosto? Pois bem, um belo filme norueguês, estreado no mesmo dia de Morangos com Açúcar, que não passou em nenhum noticiário televisivo. Tem a ver com quê? O ser ou não ser jovem, a dificuldade de amar e a dependência de drogas. E tem alguns actores sem tiques publicitários, a começar pelo brilhante Anders Danielsen Lie.
Oslo, 31 de Agosto vai ser um falhanço comercial? É o mais provável. Ao que dirão os responsáveis por Morangos com Açúcar: as performances nas bilheteiras desenham uma fronteira intransponível. E eu estou de acordo com eles. Acrescentado apenas que o comércio é a primeiríssima forma de cultura. Na sua inquestionável inteligência, esses mesmos responsáveis sabem que Morangos com Açúcar existe como um perverso ministério da cultura, com um poder simbólico superior ao de qualquer instituição educacional. Meus senhores, eis a crua verdade: os grandes agentes culturais são vocês.
por João Lopes, aqui.
A conjuntura apela ao desespero da caricatura. Assim, depois de pelo menos duas décadas de metódica degradação populista do espaço televisivo, nasceu das pedras da calçada uma avalancha de gente preocupada com os destinos da RTP, incluindo alguns políticos que nunca ligaram ao assunto. António Borges foi o santo milagreiro: com meia dúzia de palavras displicentes, conseguiu consagrar o reconhecimento de uma verdade rudimentar, regularmente enunciada por alguns críticos de televisão nos desertos do nosso pensamento democrático. A saber: que a televisão (e, em particular, a RTP) é uma questão absolutamente prioritária na conjuntura político-cultural portuguesa.
Há em tudo isto uma drástica dimensão educacional. Veja-se como a mesma promoção de Morangos com Açúcar celebra o respectivo número de espectadores. Valor incontornável, sem dúvida. Mas neste caso utilizado de forma profundamente demagógica, como se fosse uma “prova real”... não se sabe bem de quê. Importa repetir pela milionésima vez que uma coisa é defender políticas de promoção de todo (repito: todo) o cinema português; outra, bem diferente, é sugerir que algo adquire dignidade artística apenas porque, qual amontoado de cadáveres em acidente na auto-estrada, fica muita gente parada a olhar... O facto cirúrgico é este: não se pode esperar que um público educado por Morangos com Açúcar mostre o mínimo interesse em ver, por exemplo, Oslo, 31 de Agosto.
Que é Oslo, 31 de Agosto? Pois bem, um belo filme norueguês, estreado no mesmo dia de Morangos com Açúcar, que não passou em nenhum noticiário televisivo. Tem a ver com quê? O ser ou não ser jovem, a dificuldade de amar e a dependência de drogas. E tem alguns actores sem tiques publicitários, a começar pelo brilhante Anders Danielsen Lie.
Oslo, 31 de Agosto vai ser um falhanço comercial? É o mais provável. Ao que dirão os responsáveis por Morangos com Açúcar: as performances nas bilheteiras desenham uma fronteira intransponível. E eu estou de acordo com eles. Acrescentado apenas que o comércio é a primeiríssima forma de cultura. Na sua inquestionável inteligência, esses mesmos responsáveis sabem que Morangos com Açúcar existe como um perverso ministério da cultura, com um poder simbólico superior ao de qualquer instituição educacional. Meus senhores, eis a crua verdade: os grandes agentes culturais são vocês.
por João Lopes, aqui.
utilidades
'Tanto o meu habitual pessimismo como o meu ocasional optimismo obedecem a uma variante bizarra do «método experimental»: se uma coisa acontece uma vez, é porque pode acontecer, e se pode acontecer uma vez, acontecerá várias vezes. Isto como ciência é frouxo, mas como indício é útil.'
mestre
mestre
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
projectos
I didn't know if you wanted to
But I came to pick you up
You didn't even hesitate
And now you and me are on our way
I think I've bought everything we need
Don't look back, don't think of the
Other places you should've been
It's a good thing that you came along with me
Kings of Convenience - Gold In The Air Of Summer
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